domingo, 28 de dezembro de 2008

Capitulo 31

Carolina sentou ao lado dele, redigiu palavras embaralhadas que se dava pra ver na expressão de Pedro sentido algum.
A única coisa que pensou e logo depois conseguiu pronunciar foi "caderno". E ele atendeu suposto pedido, passou o caderno a ela que começou a escrever tal carta que só foi lida 3 dias depois num ônibus de volta pra casa.


"Bem, não é que seus olhos não sejam lindos, mas é que não posso observa-los. Acredite nesta carta apesar de serem só palavras, quantos são os atores que ja reproduziram tudo isso de modo apenas a brincar no palco. Mas se eu pudesse, diria tudo isso a publico, não atuando, tão pouco lendo, apenas dizendo com você ai ouvindo, ao inves de estar não entendendo.
Criei um medo, como quando se cria uma planta. Desde a semente até o seu colher. E eu tenho colhido esse medo, esse tempo todo eu tenho carregado os frutos por ai. Não que eu queira, que eu não me canse de comer sempre a mesma coisa. Mas se é tudo o que eu tenho, acho que resolvi preservar. Até te conhecer, é claro.
Porquê alem de sentir todas aquelas coisas que eu senti, que eu já te disse debaixo da arvore no aniversario da Helen, eu queria jogar tudo fora, tudo que eu já construi, tudo que eu me tornei plantando e colhendo medo. Medo de perder algo, medo de arriscar, medo que me vissem por ai deixando de ser a independente atravessando a rua, com o seu orgulho brilhando atraves da blusa.
Então eu quase vomito e choro por pensar assim. Mas eu respiro fundo e esfregos as mãos, penso um pouco no que já construimos juntos nesse meio tempo e tudo passa e essa é a hora em que você esta indo embora mais uma vez. Eu sei que você vai voltar! Eu me sujeito a sorrir, os meus olhos se enxem d'agua. Você pode tardar mas, a luz da sacada vai estar acesa, a comida vai estar quente no forno e a roupa pronta. E eu prometo, vou sempre estar de braços abertos, talvez eu fique muda e desvie o olhar, mas você sabe, não é por falta de afeto, é o cegar do excesso dele que me fez o que eu sou hoje. Um pouco sem palavras, com todos os gestos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

chiclete

e naquele dia em que borboletas azuis diziam bom-dia ao seu quintal, que o pôr-do-sol foi-se mais tarde, que a chuva levou um sorriso, e a saudade fez-se arrancar uma lágrima doída. nessa segunda feita pra viver, feita de esperanças, nesse dia que nunca voltará, no seu último ano de escola, no cheiro de pitanga nos cabelos e água de cheiro entre as orelhas, na angústia de uma ligação, no medo do alô e a aflição do beijo, no meio de tanta coisa confusa e embaraçada, entre as lacunas de palavras dispersas no ar, no coração na boca disparado quando escuta o nome, eu quis te entregar ao meu destino, quis escolher a nossa sorte. em meio ao meu excesso, com toda essa coisa de não entregar para não estragar, mas quer saber? eu quero gritar pra dizer que é você!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Declaração pessoal

Ok, resolvi entregar o jogo. Não aguentava mais guardar isso pra mim mesma. Eu não estou amando, sequer apaixonada, eu estou louca, zureta, biruta. Perdi o controle de tudo. Eu não te amo de verdade, só amo o modo como você fala me dizendo que eu não tenho noção explicando as coisas detalhadamente e quando você aperta minhas boxexas e dá três tapinhas na minha cabeça só pra me fazer sorrir. Eu adoro só mexer no seu cabelo enquanto vocÊ deita no meu colo, e quando a gente come algo junto, eu adoro a sua boca, você já viu o formato dela ? Eu não esqueço de lembrar todas as vezes que eu penso em você de como você fica irritado quando eu faço cocegas em você, de como você se sente intediado deitado comigo quando a gente não pode se beijar. E o seu beijo foi o melhor que eu já experimentei. Eu fico pensando no nosso primeiro beijo, e eu não me lembro de nada do filme, porque eu ficava pensando meu Deus o que diabos ele quer comigo ? Ele é todo lindo, todo charmoso, tem cara de inteligente...E tudo mudou! Você chega e você me abraça, e esse perfume e o cheiro do seu xampu, você desembaraça o meu cabelo e o meu domingo..Ahh o meu domingo, eu não quero saber nunca mais o que é dormir o dia todo por não ter o que fazer, ou com quem falar. Eu quero fazer tudo ao seu lado, ou nada ao seu lado. Eu quero beijar muito a sua boca, sair por ai sorrindo com você, não para mostrar que somos um casal feliz, porque isso agente não precisa mostrar, a gente é e pronto. Mas sair com você é uma aventura e tanto. Não porque você dirige mal ou acelera pra eu ficar com medo, mas porque sair com você me da uma sensação de liberdade, e a nossa liberdade é tão grande mas tão grande, mesmo que limitada, que nos prende. É isso que eu sinto, eu me sinto presa a você. Não que isso seja ruim, é como andar com celular, pra ser encontrada, pra me encontrar, você é parte de mim. E eu tenho um medo que você olhe para os lados e encontre uma felicidade maior do que a nossa, porque eu acho que isso não existe, se tivesse um concurso você pode ter certeza que nós seriamos o primeiro lugar. Eu tenho tanto medo que você encontre alguem melhor do que eu, uma mulher mais magra, talvez mais inteligente, que pegue mais no seu pé do que eu. Por quê eu, se eu encontrar alguém melhor do que você, ainda assim eu iria preferir você. Com todos os seus defeitos, virando a boquinha como um bebezãao, ou ainda mordendo a lingua (o que me deixa louca se é o que você quer saber), eu não ia nem pensar em conhecer outra pessoa, é você que me enlouqueceu, que sumiu com o meu juizo, é com você que eu quero dividir toda essa loucura, que eu quero sair e não ter limites, ou ficar em casa e ainda assim não ter limites, é pra você que eu quero dizer e passar o resto da minha vida.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bilhete aos de mente pequena

Olá, estou de mudança. Já não suporto mais estar aqui. Tenho medo de lugares pequenos. E pavor de pessoas que pensam com tamanha miudez.
Anote aí o meu endereço, caso queira deliberadamente dar grandes saltos: Rua dos Lírios N°13, Perdizes.

Tudo intensamente, mesmo que o farol esteja apagado.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

mais uma

tenho essa mania boba de achar o mundo meio chato quando não tenho no que pensar. faço contradição nos meus pensamentos e engulo a vontade de soltar o verbo. só que às vezes isso me sufoca e eu mato gatos a berro. descobri meu vício de escrever pra viver feliz de palavras. o abstrato significado das palavras, eu não consigo passar pra dentro. é momentâneo mas está sempre em mim. todo dia sinto uma saudade louca daquilo que eu não sei bem o que é. o mundo me faz falta porque meu mundo é ilimitado e não consigo lidar com fronteiras invisíveis. é uma sensação estranha e minhas crises psedos-existenciais vêm e passam com certa freqüência, que particularmente, eu gostaria de ter domínio. tudo bem, esse é mais um dos meus textos subjetivos, pra mim mesma e sem nexo que nunca tem solução. taí, a solução é não pensar em tê-la.
"A você, que nunca pensou que o riso também precisa de aquecimento para não se machucar em rugas, que deseja ler de manhã e viver o que se lê de tarde, e que não lê de manhã e nem vive de tarde, e sobra a noite para fazer de noite.
A você, que é uma promessa de cheiro, de chá, que coloca perfume nos pulsos e no pescoço, que tem receio de chorar onde não se chora, de falar o que não se deveria, que se controla e se autocensura para não se entregar.A você, que passou a vida a disciplinar o desespero, que segura a bolsa perto do quadril, que é suave para olhar de canto.
A você, que está aqui e não se resolve, porque não é aqui que está, mas dentro daquilo que procura. Alguns procuram um endereço; outros, um sentido. "[F. Carpinejar]

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

ponto

você me acordou aquele dia no meio da tarde inventando qualquer coisa boba só pra ouvir essa minha voz meio rouca. você me pediu desculpas e continuou dizendo besteiras com seu jeito expansivo. eu sempre quis você, mas nunca entendi porque diabos eu nunca fiz um texto pra você. e você que sempre foi a pessoa que mais lia meus textos e me fazia assinar todos eles, vá que um dia eu vire escritora, imagine só. e eu adoro te irritar dizendo mentiras pra falar minhas tantas verdades. eu vi lírios nos nossos delírios e achei melhor ficar quieta porque eu não queria estragar tudo. você me mandou trufas de doce de leite e essa foi a coisa mais fofa que alguém já fez por mim. o seu excesso ainda cabe inteiro em mim e ainda tem meus excessos pra gente contar. é que você sempre esteve tão ali, que eu nunca me preocupei com meus "e se...", porque você é a certeza. às vezes eu quero te matar porque você conhece tudo que me deixa brava e usa isto a teu favor. eu digo que não sou ciumenta, mas é mentira. eu fico com raiva das suas piadinhas machistas e da sua falta de grude. adoro tua risada escandalosa quando a gente comenta qualquer trivialidade e você aperta a minha mão pra sentir você. e aquele dia besta na cozinha que você me encarou com aquela cara de possessão, eu já estava perdida. te escrevo todo dia nos meus versos em brancos e descubro que as músicas fazem todo sentido por si só. e foi naquele telefonema que eu atendi numa tarde linda pra amar. e disse sim.

terça-feira, 8 de julho de 2008

a vida deve ser maravilhosa?

tem várias coisas neste mundo que eu não entendo, na boa. tipo essas facilidades que a sociedade cria pra dor não existir. eu não viveria sem sofrer. não tem lógica isso. todos nós precisamos sofrer, chorar, gritar pra descobrir, entender essa coisa toda de pra que se vive. e todas essas pílulas anti-melancolia, revistas de pessoas irreais, conselhos da capricho engavetados pré-congelados? meu Deus, que bando de gente hipócrita. quando mais se vende produtos de uma falsa felicidade mais existem pessoas se autodestruindo. porque deve ser horrível fingir ser aquilo que não é. Ninguém chora mais porque chorar tá fora de moda, aliás, pra que chorar? pra se curar talvez? pra absolver essa angústia permanente de não entender nada. somos todos perdidos vivendo num mundo perdido onde ninguém olha pro lado. teatro mais fantasioso, a gente tá vivendo a vida. não é mais um capítulo da novela das oito onde o mal vence. todo mundo tá torcendo pro mal vencer, é um dilúvio de falsas esperanças. o mundo avança na velocidade da luz (que eu não tenho a mínima de quanto é isso). o homem cria coisas que ninguém tem noção da dimensão do problema. então vamos brindar que o ano novo chegou, o crescimento dos peitos, nossas bundas siliconadas e essas caras de botox todas programadas pra serem felizes torcendo pra ninguém reparar nesse olho inchado. enquanto cada vez mais nos reduzimos a pó.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dê vazão!


Eu caminhei kilometros pensando nas pessoas que estariam me falando: é o que tem pra hoje! O que existe agora, tome, se contente com isso, é tudo que está presente aqui, logo, o melhor. Mas ao contrario disso eu só ouço esse silêncio me dizendo: é exatamente o que não tem pra hoje! O que não está posto ao alcance, hahaha olha, foi o que você não conseguiu. É pelo que você vai ter que lutar, é o que me foi prometido. Basta! Eu gritei bem alto em meio a encruzilhada. Aposto que eu e você nesse momento escolheriamos dar três passos sem rumo na lua, eu não quero isso, não mais! Eu quero as coisas certas, saber qual é a proxima rua onde virar, saber cortar caminho. Sei que é muito mais dificil viver a realidade, é mais trabalhoso, é um caminho mais escuro e tortuoso esse de seguir a risca o realismo, e eu quero mais aventura sim! Quero dar a cara a tapa, mostrar aos outros que é isso, sem mais. Quero estar tranquila, sem magia, sem o sol iluminando, um sistema qualquer atuando em hora alguma num palco inexistente. E então você vem comigo?

domingo, 22 de junho de 2008

cinqüenta e dois

como o 100º post deste blog, e pelo dia que é hoje, lá se vai mais um dos meus textos inspirados no mesmo motivo.
eu poderia falar de outra coisa menos estranha que não você. mas hoje é seu aniversário e meu centésimo post aqui. é claro, que o assunto é você. após tanto tempo eu não sei mais que sentimento é este. eu me acostumei a gostar de você, mas eu confesso que tenho lá minha dúvidas quanto a isso. já passou mas eu não sei se eu quero que passe, sabe? eu não sei a hora de parar e não tô nem um pouco afim de aprender. você me arranco do meu mundo e eu vivi dois anos numa vida inventada, emprestada. eu desaprendi a viver só pra mim. e esquecer você me faz esquecer da minha outra metade sensata. eu não posso viver só na loucura, entende. eu queria aprender a ser mulher pra você, mas eu preciso ser mulher pra mim. e eu tenho ciúmes da outra metade de mim ter sido tua. eu me quero de volta. mas agora eu me tenho e não sei se é isso mesmo que eu quero. é uma puta confusão e eu não sei onde eu me encaixo. eu queria te odiar tanto que meu lado humano não me permite. então eu desejo realmente que você seja feliz. que você encontre alguém menos complexa e mais solúvel. a gente era óleo e água, completamente opostos. não tem lei na química que explique essa nossa química.
to com uma saudadezinha. adianto cada situação grotesca na minha mente, sempre estou preparada emocionalmente pra qualquer coisa. agarro o chinelo e meto a cara no medo. que nada, sou uma retardada mesmo que não tem no que pensar. é, sem eufemismos banais. saudade de gostar de um babaca. daquele babaca. eu explico: quando você gosta de um babaca, você se sente viva. tudo fica mais intenso. você quer matar, mas a la osama bin. amar, só se for pra quase enfartar. chorar até ficar com cara de sapo. era só você sabe. eu era intensamente feita do dia pra você. agora sou eu. eu, eu mesma e sem você. você me cansava demais, me pesava demais, mas nunca me doeu demais. mentira, uma vez só. quando eu descobri que não tinha jeito. mas nem pra discordar de mim você prestava. meu peito desatou todos os nós. tô tentando ver se alguma coisa desperta uma lágrima que valha a pena. que nem aquelas telefonistas cheias de gerúndios pra estender o mínimo de ânimo. é que eu tenho odiado o gerúndio. sei lá. puta doidera isso. loucura vai bem com a essa minha cara de pseudo-intelectual-metida-de-franja. mas eu to tão bem, tão leve que eu sento e espero toda essa vontade passar.
não, eu não quero que todo aquele inferno volte. eu era apaixonada por você. hoje eu apenas te amo e nem sei se isso é amor. amor é menos porra louca e não é tão egoísta quanto eu. é que é impossível não olhar pra trás depois de tanto tempo. mas de uma coisa eu tenho que agradecer: se não fôssemos tão opostos e tortos essas linhas atravessadas não iriam se cruzar. não mesmo!
um beijo a todos, com muita poesia aos próximos cem!
muito obrigada a todos que lêem e comentam aqui.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

colarinho

às vezes me canso do vazio de mim, me encosto num boteco e meu copo de vida se enche. me encho de tanta resposta atravessada e arisco um palpite no coringa. às vezes a sorte me torna intrínseca de uma vida inventada. eu me re-invento, me atiro a tocar no cinza mas prevalece o vermelho-sangue, grata. o cheiro de mofo me dá alergia, dou um espirro que elimina toda a melancolia. Já consigo inspirar as impurezas do mundo e quase abro um sorriso por exaustão. Ah, mas que seja engano, a mariposa pousa no meu ombro e me faz correr pra vida. o sol sorri intensamente pra mim, mas passo fator 50, a gente desacostuma com a luz depois de tanto tempo na escuridão. abafo sujeitos ocultos e gerúndios redundantes, mas hoje, aah gramática que me permita, hoje quero o presente imperfeito e sem medo. – traz 2 desse aí garçom, vá que eu me convença de tanto amor! - medo é desgraça do mundo. tristeza é a realidade sem auto-estima, precisa pisar em alguém pra estufa o peito de lacunas vazias. palavras ásperas não machucam mais. consinto o gosto na boca. Respiro todo ar que resta de vida e transpiro até a ultima gota o amargo dos fatos.
- ei, garçom! me traz mais uma gelada, acende esse cigarro, que hoje eu quero falar um pouco de prosa...

----------
eu acordo no meio na noite sozinha e penso: sempre há tempo pra mudar.
fecho os olhos sem medo e a vida pega carona...

"deixa ser como será, eu vou sem me preocupar, então tentar prever serviu pr'eu me enganar..." - Los Hermanos

terça-feira, 27 de maio de 2008

olhos dos verdes

é porque o teu cheiro que fica quase entre a orelha e a nuca me sedou e eu quase que pude ser feliz de novo. você quase me fez esquecer do quanto o mundo é medíocre e as pessoas são egoístas e eu quase deixei de odiar o meu ódio de não ter nenhum problema interessante. e você quase me fez lembrar do quanto é preciso pouco pra viver em paz. eu quase larguei mão do meu orgulho ferido e quase te implorei pra você nunca me deixar ir sem sua mão. eu quase me apaixonei pela idéia que eu faço de você. eu quase chorei de emoção quando você me olhou tão profundamente e eu me senti completamente nua (e tua). eu quase perdi a razão quando tocou N só porque essa foi nossa quase música. eu quase desejei com todas as forças continuar ali, pra sempre, abraçada com você. foram quase 11 segundos de um quase-amor iminente quando a realidade despertou e gritou na minha cara que era hora de voltar, e o relógio quase voltou funcionar perfeitamente. são os quase milímetros de sanidade que nos deixa tão distantes a ponto da gente quase não conseguir se largar.é que o quase nunca é o inteiro mas eu quase gosto de me dividir em 2 metades pra que você sempre lembre que quase me tem inteira.
é porque eu quase morro de saudade do nosso amor que quase que nunca existiu.

"e agora como eu posso te esquecer? (...)"

...eu quase acredito que é possível não ser você

quarta-feira, 14 de maio de 2008

trem-bala

" A vida não pode ser apenas um hábito"
li isto num livro e fiquei pensando na profundidade da frase. filosofei, tentei discutir com aqueles que vivem a minha volta, ninguém me entendeu, obviamente, e eu dei risada, pra variar. me acostumei com ninguém entendendo realmente onde eu quero chegar. porque, diga-se de passagem, nem eu sei ao certo onde eu quero chegar. mas tudo bem, a vida é assim mesmo, somos no fundo uma espécie igual habitando o mesmo meio porém completamente diferentes e semelhantes. todos com os mesmos sonhos hollywoodianos, frustrações a parte, psicólogos aos que esperam tanto que esperam menos e não esperam nada. já que escrevendo ninguém me condena, faço-me feliz. me alivio do peso das palavras nas costas. faço rpg, acupuntura, terapia pra retirar a carga da responsabilidade de ser feliz. todos nós, protagonistas cosmopolitas dividimos um fardo. é farto para alguns que são deveras inconformados com o comodismo de viver. sempre tentei achar alguma explicação lógica pra se viver. não encontrei, mas no fundo, não significa muita coisa não viu. é tipo aquele cisto no canto do olho, que você se acostuma, mas às vezes, numa tarde de terça, ele te incomoda. só pra você se lembrar que ele ainda tá ali, óh! e você se pega chorando sem querer chorar, mas porra, porque que a gente é assim? como alguém pode se contentar em viver nesse mundinho de merda de faz-de-contas? respiro fundo! não conto até 10 porque essa contagem é mentira que acalma, e mentira me deixa irritada. pronto. meu coração desacelera a medida que minha boca vai ficando seca. essa minha ansiedade de viver tanto ainda me mata. pronto, passa essa minha crise existencial de não se encaixar em nada. então, eu leio. leio tudo, vivo de comer palavra-a-palavra de cada livro. procuro em cada canto de página respingada de sangue morno uma lasca de auto-conhecimento. e é incrível quando cada crônica se torna vício você encontra um pedacinho de você em cada uma dela. e quanto mais encontra, mais procura, porque a vida é essa busca incessante de entender pra que se vive. fecho os olhos, dói um pouco essa ferida exposta no meu peito. consinto a dor, o vento frio resseca as dúvidas da minha cara. e a rota do destino gira, e acho tão bonito e triste a impossibilidade de fuga...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

não me deixe só

nesses últimos dias eu tenho cansado de ser eu. é, minha neuroses, meus pensamentos, minha indecência me pesam demais e é difícil ser eu mesma o tempo todo. ainda com toda essa mania de tentar me salvar de mim, de querer abraçar o mundo se, sequer consigo abraçar uma pessoa só. eu quero comer toda a felicidade pra acabar com ela rápido. porque alimentar uma ilusão é frustração na certa, aquilo fica embromando no estômago e não tem sal-de-fruta que alivie. ela te escapa por entre os dedos, escorre pela pia e eu não sei lidar com o fardo de uma alegria meia-boca. no fundo eu tenho medo. além de uma patética romântica eu ainda sou uma covarde assumida (brilhante, to me saindo melhor que a encomenda!). eu me apego fácil demais a tudo, então, prefiro simplesmente não saber do gosto doce da mentira que azeda quando menos se espera (na espera). eu te ignoro porque eu quero que você me ignore. eu tento matar esse amor em mim pra me livrar da incerteza. eu comprimo todo aquele sentimento no meu peito e deixo ele feito nó. engulo a vontade de chorar, de berrar pro mundo que a minha alma tá sufocada e quer se libertar. me escondo por de trás da minha máscara de forte e mal-humorada pra não ser descoberta. e eu sinto uma alegria tão fora do normal em saber que você existe que eu te odeio. odeio essa sua cara de pouco amor, cara de bobo porque eu não quero me prender nos seus olhos. eu desvio o olhar, estrago tudo mostrando pra você a inconseqüente que habita as minhas entranhas. tudo isso pra tornar mais fácil e solúvel a tristeza do meu peito. eu me afasto o máximo de você, aliás, to me lixando pra vaca que tá dando em cima de você, e o verme do ciúmes tá me corroendo mas eu sou puro veneno de antiamor. olho de soslaio pra garantir minha decepção e me livrar de você (de vez) o mais depressa possível. te conto a primeira coisa idiota que passa na minha cabeça desconexa pra você me absolver de mim mesma. réu culpada, pena capital! e você ao invés de me largar, me abraça e dá risada. você tá rindo de quê? hein?! ainda me diz que acha demais essa minha espontaneidade. você tem toda paciência do mundo em aumentar minha insanidade. não, seu besta! você tá fazendo tudo errado, eu sou mulher demais e você é um moleque. assim eu tento mais uma vez te fazer desistir de mim. desistir de entender minhas esquisitices. esse é o jeito estúpido que eu suplico, pelo amor de Deus que você nunca desista de mim.

terça-feira, 29 de abril de 2008

de que caminho você vai seguir (e a melancolia)

Dito no bilhete deixado a cabeceira da cama debaixo do porta retratos virado pra baixo. "Há uma rua depois da esquina do café em que nós costumavamos ir, cheia de arvores, simpatica e familiar. Estou fazendo a minha vida ali numa casinha de tijolos marrons com janelas de madeira e cortina laranja. Volto a te escrever quando meu coração estiver livre. Ou preso demais."


Estou me libertando. (desilusão)

domingo, 20 de abril de 2008

a sombra do vento

e hoje é mais um daqueles domingos sem graça que eu penso no quanto eu não tenho mais nada pra pensar. dai eu começo a inventar várias histórias mais interessantes que meus pensamentos nesse dia chato. e como pensar demais me cansa de nunca chegar a nenhuma conclusão, ocupo a cabeça lendo. passo quase que a tarde inteira com meu livro, de pijama e descabelada, com uma preguiça imensa de tomar banho. mas como eu sou neurótica com cheiro, não consigo me concentrar em mais nada a não ser nesse cheiro de cigarro impregnado no meu cabelo. tomo um banho demorado esperando que meu tédio escorra pelo ralo e que como por encanto a alegria renasça em mim. e lembro da festa de ontem. e fico com raiva de mim mesma, porque eu insisto em não aceitar na minha intuição e vou para festas como aquela. cheia de gente vazia que vive maquiando uma felicidade que eles não tem com um beque bem dos vagabundos cantando reggae e achando que aquilo sim é viver. e eu fico entediada de tanta falta de caráter e me sinto culpada por exigir tanto da vida. e penso que essa hipocrisia de falsidade que a maioria das pessoas vivem é que deve ser a felicidade mesmo. e as minhas revoluções de pensamentos e tentativas de viver descentemente é que devem estar equívocas. depois me sinto patética me culpando de ser apenas uma realista careta que não fuma maconha. e cada vez mais eu me sinto sozinha mesmo com milhares de pessoas que se dizem meus amigos. e acabo aqui, só, escrevendo qualquer texto furado no meu quarto. e não vá pensar que eu sofro por ser uma estranha, neurótica e louca que pensa em coisas esquisitas. eu já me acostumei com a minha solidão a ponto de achar isso tão normal e não conseguir mais sofrer. eu deixei de me importar com que os outros possam se importar sobre mim. nunca fui uma padrão-comum idênticos a todas essas menininhas que querem se passar por 'virgens-sexy-inocentes'. eu não sou nenhuma santa, mas tenho meus princípios e sei do meu verdadeiro valor. sempre fui informada que se paga um valor por ser quem você é. então, por isso não me deixo abater, e dou graças a Deus pelo meu ser alto (mais do que eu gostaria), o que mostra que eu não sou nenhuma nota de 2 reais comum...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

ambigüidade

Amei com sentido.
O que não foi reciproco.

terça-feira, 8 de abril de 2008

faixa branca

e eu que pensava que a vida já não tinha mais emoção. enquanto eu tomava meu café (expresso, duplo e açúcar sim, - pra adoçar a vida - por favor!) ainda meio morno. o novelo d'água desenrolava e batia na janela criando imagens e sonoplastia aos meus sentidos. a melodia das pontas dos meus dedos na mesa era o ritmo desacelerado que a minha vida tem se seguido. olho pela janela. perplexa. te vejo atravessar a rua. fico inerte. cada gota de chuva te atravessa feito agulha. procuro seus olhos sentidos de solidão. você anda pela chuva e nem faz questão de correr pra fugir (fugir de que mal lhe pergunto?). a vida corre. escorrega pelos bueiros esvaziando sua alma cansada. luta incessante contra o tempo esgota qualquer um. e você tomava aquela chuva doída como quem espera que ela lhe tire as dores, que lave e leve pra mais longe possível. se prendia numa estranha vontade de se dissolver junto com a água. seus passos medianos se faziam pesados ao andar. sua nuca grudava no seu cabelo liso. aquela foi a primeira vez que te vi. meu coração estagnado voltou a bater irregularmente. a ansiedade me fazia a boca seca. sugava da saliva um sossego de sentir. e um dia sem graça de chuva se transformou no dia que meu lado romântico nasceu da minha frieza de pedra. eu queria meus filhos com aquele jeito estranho, meio tortos e de cabelo liso (sou eternamente verde). me apaixonei pela linda dor que se mostrava seus olhos d'água.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Sinestesia

Coloridamente timido.Eu odiava seu jeito de andar e seus olhos. Suas botas e palavras eram estranhas, tiro certeiro. Foram tantas as vezes em que voltei pra casa pacificamente confusa. Era dia de sol, diferente nessa época do ano. Me arrastava inutilmente quando te vi, foi uma das coisas mais belas nos ultimos meses depois da eclipse. Ha duas prosopopeias na prosa.

domingo, 30 de março de 2008

belle

como sempre, cá estamos eu e minha adorável sutileza. essa mania de fazer tudo versos. a vida já é tão literária que a própria personagem desconhece o fim, mesmo sendo a autora. os protagonistas da vez não obedecem as regras de banalidade de um romance água-com-açúcar previsível e enjoativamente clichê. então, pelo que nos parece, a crônica da realidade é menos sentida do que todos seus leitores gostariam que fosse. a menos que a essência da trama seja deliciosamente debochada e maquiada por um vermelho sedução dos inocentes.

em potes de tinta guache verde, entrei num mergulho sem volta. pelo menos até o anti-herói salvar a bela mocinha de seus sonhos que ela insiste em dizer que são a mais pura e bela mentira da edição de sua vida.

'quero ficar no teu corpo feito tatuagem...'

sexta-feira, 21 de março de 2008

mais uma de texto

hoje eu tentei me importar porque você prometeu que ia vir na minha casa nem que só fosse pra gente não fazer nada, como de costume. e só pra não variar, quem ligou fui eu, e você me atendeu com a maior vozinha de "oiiii minha querida..." e disse tropeçando nas palavras - porque eu sei que você fica nervoso só de ouvir essa minha voz grave e meio rouca - que não iria vir em casa. confesso que não era nenhuma surpresa. você tem medo de mim e mais medo ainda de vir em casa e me olhar frente a frente sem poder desviar o olhar pra qualquer outra pessoa a nossa volta. e ainda te digo: eu tentei ficar triste. juro, que tentei! ouvi várias músicas que sempre me fazem chorar e não senti nenhum nó no peito. nenhuma porra de angústia na boca. nem o úmido dos olhos quiseram se mostrar. e quando acontece isso, eu fico com medo. das duas, uma: ou você não significa mais nada, ou meu inconsciente quer guardar toda a tristeza pra minha próxima tmp. pra dai eu explodir e chorar horrores. e borrar todo meu rímel importado pra ficar bem evidente que eu fiquei de bode. acho que no fundo, existe algo ou alguém em mim que quer me mostrar que isso não é sentimento. talvez seja conveniência. gostar de você virou algo tão blasé que sei lá, eu nem tenha me dado conta. dai você me ligou de novo, e eu não atendi. não porque eu tava brava, não! é que eu tava lendo e o celular tava do outro lado do quarto. nem me dei ao luxo de me desconcentrar dos meus momentos de leitura que me fazem muito melhor do que qualquer desculpa sem graça tua.

eu não te culpo pela pressa de ir. da pressa que você tem pra se livrar do sentimento que te prende a mim. são nas pressas do avesso que a gente se esbarra. mas talvez, o tempo não grude. e o amor fique disperso no ar...

segunda-feira, 10 de março de 2008

lápis-de-cor

e a menina estranha. aquela que tinha um jeito engraçado de andar, falava meio tropeçando nas palavras, e tinha um olhar que guardava todo sentimento que alguém é capaz de sentir. mas se tinha algo que sempre te fazia rir eram os erros delas. todos (im)perfeitos. ela era diferente demais pra ser aceita por ti. ela te fazia pensar sem nexo, dizia coisas que te deixavam tonto e tinha idéias que nunca imaginou. e ela chorava toda vez que assista aquele filme romântico. chorava quando seu sorriso deixava-se aparecer. tinha olhos marcantes e aquele castanho escondia algo. mas você não gostava dela. definitivamente, não era possível. vocês não combinavam. ninguém acreditava em vocês. nem você mesmo. ela era imprevisível demais, desastrada demais, complexa demais. tudo nela era demasiado. tinha uma beleza comum e um coração desajeitado. mas tinha palavras surpreendentes. frases que pareciam ser ensaiadas pra serem ditas naquele exato momento. ela tinha um manual de você, que você mesmo desconhecia. ela era como essas esquinas que deixam sempre um ponto. um filme preto e branco mudo que tinha toda a graça de prender sua atenção. era um enigma que você não queria decifrar. prolixa e ao mesmo tempo uma curta-metragem que acaba quando se quer mais. como alguém poderia te deixar assim tão sem palavras? ela roubava suas falas. e numa dessas, roubou seu coração...


ela te mostrava o mundo de mãos dadas com o pôr-do-sol



na tradução do verde e o castanho da gente, eu li que há amor...

e eu ainda te amo;

(sem ponto final, mas no fôlego do ponto-e-vírgula)

quinta-feira, 6 de março de 2008


Acredite.

sábado, 1 de março de 2008

sec.

às vezes me pego prestando atenção nos simples movimentos que separam um momento de outro. sabe, as frações de segundos que intercedem um pequeno ato, decisão, seja lá o que for, e as consequências do mesmo. e é engraçado que tudo pode mudar a qualquer instante. aquele momento, aquele segundo que vem antes do beijo, que se torna eterno. a palavra antes de ser dita que pode mudar toda uma história. aquele instante antes que quebre o silêncio, o sigilo... esses segundos que fazem toda a diferença. e a sensação que te é lançada nesse vácuo de atitude. essa dimensão de pensamentos, tudo muito rápido, sem que você consiga assimilar o que é ato de ação. é um sentimento estranho, que por definição eu não consigo explicar. é uma coisa de vitória e fracasso, de medo e coragem, de receio e vontade. mas que quando você se deu por si, pronto, passou!

rápido demais pra tanta preocupação...


um alohaa a todos ;)

e claro, MUITA poesia;

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

até que os olhos mudem de cor;

Saiu apressada como quem de fato, vai perder o ônibus. Tropessa entre seus próprios pés. O cabelo pra frente, os livros desengonçados na mão. Ela soluçava. Ha três semanas o ritual se repetia. Por dentro ela se corroía. Milhões de perguntas sem respostas. Então ela pressionava os livros no peito e sussurrava a si mesma: vai passar, eu sei que vai. Demore o tempo que demorar eu sei que vai passar. Que as minhas lágrimas derramem até que os olhos mudem de cor, eu vou esperar. Então eu vou ser inteira.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

varal


' fui eu que mandei o beijo que é pra mata meu desejo, faz tempo que não lhe vejo, ai que saudade do'cê ...'. ela escutava essa música, esse mesmo refrão e lembrara de ti. a mesma melodia passando e re-passando em sua cabeça e sem querer a menina cantava ela. pensava onde que ele devia de estar, se não esquecera dela, ou se ele ainda tinhas aquelas enxaquecas terríveis. se ele ainda chorava em qualquer filme, ou numa música triste que tivesse passando no rádio. e aquela mania de ficar coçando o queixo, ou de se roçar nas pernas dela durante a noite. saudade é assim mesmo. a gente nunca sabe o que a outra pessoa tá fazendo, ou se ainda faz isso e deixa de fazer aquilo.
enquanto ela fazia um jantar qualquer, preparando tudo minuciosamente, mesmo não havendo ninguém para lhe fazer companhia. ela adorava cozinhar. pra si mesma, talvez. procurava ele em todo rosto na rua, em cada esquina vazia, e não encontrava. mas ela tinha paciência, essa aflição tá pra acabar, assim que a luz dos olhos se encontrarem e não se largarem mais...
e o coraçãozinho dela, tadinho, tava todo comprimido no seu peito e bem no fundo, ele chorava; enquanto ela sorria lembrando dele...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

driving home tonight

Digamos que estavamos na estrada. Planejamos isso por anos. Estavamos realizados. De repente você diz, para aqui que eu vou descer! Descer? Ta maluco? Estavamos aqui tão bem ouvindo e cantando um Nandinho. Não faz parte dos planos parar agora. Você me prometeu ir até o final. Está (co)rompendo tudo? Estar sem você é o mesmo que esse carro sem motor. Eu vou ficar aqui intacta no meio da estrada. Desprotegida. Sem direção nem rumo. Mas não se deve parar, mesmo que você não tenha pra onde ir. Estar perdido agora é sempre melhor que se encontrar. Então existe uma placa que indica a direção. Ontem está distante, ficou lá tras na estrada. Bem, você vai ligar o rádio. Passar um tempo cantando. Vai chover e os seus braços vão estar queimados com o sol excessivo. E quando você chegar, vai ser tudo tão grande. Do tamanho da sua gratidão.

E eu me despeço, mesmo que por enquanto. Eu preciso de um tempo sem escrever memórias, sentimentos. Sem fazer de tudo isso um diário metódico. Um tempo pro vestibular.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

bizarre love

-Tem fogo?
-Não, eu não fumo.
-Ah eu também não! Acho que vai chover hoje né?
-É, ta meio escuro. Escuta, eu acho que conheço você de algúm lugar não?
-Eu? Não, você deve estar enganado. Você cresceu ein!
-Ah você viu? Anos de academia! Então você me conhece da onde?
-Não, não, eu nunca te vi. Nossa você cortou o cabelo né? Eu adorava os seus cachos, mas assim também tá bem bonito.
-Ah é que eu passei na faculdade, deveria ter faltado do trote né? Mas como você sabe do meu cabelo? Por que você não olha aqui pra mim?
(porque eu estou na beira do abismo; e a distancia dos meus cachos até a terra batida lá de baixo é a mesma da sua respiração agora; porque eu estou tentando me convencer de que não doi; não doi pular; é preciso ter coragem; e eu sou forte; mas eu vou cair, cair no abismo dos seus olhos; e você vai embora, então eu vou ficar lá te ver partir até sumir entre meus olhos, vai doer, eu sei que vai.)
-É que eu sou timida (como seus olhos são castanhos)
-Nossa, você continua linda!
-Então como vai a sua mãe? As vezes eu sinto falta das historias que você contava dela (e como eles brilham..)

"eu tô na lanterna dos afogados, tô te esperando, vê se não vai demorar.."

sábado, 9 de fevereiro de 2008

enquanto ele não chegar


deixe a porta semi-aberta. a luz acesa e os chinelos ao pé da cama. faça uma cópia das chaves extra e uma dieta louca. vá ao cabeleireiro. à ginecologista. à padaria. arrume seu armário. uma boa lingerie. e seu coração em pedaços. permita-se ler um texto longo num dia curto e apaixonar-se de novo (por você). aproveite o domingo pra ler ou pra fazer coisas de mulherzinha. caia na balada com suas amigas ou na cama com seu melhor trapo e vários travesseiros. desfrute de boas companhias ou simplesmente dos prazeres da vida.


pode ir que eu agüento, eu suporto a colisão, na verdade, na contra-mão... '

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

no canto esquerdo


Seus olhos podem estar marejados. E as suas pernas moles. O seu coração já está perdido. Mas você sabe o caminho pra casa. Ha sempre um atalho. E a sua cama é aconchegante. Tranque a porta e apague a luz. Agarre o seu travesseiro. E só saia dali quando se permitir. Quando você estufar os pulmões e não mais suspiros sairão. Fique de molho. E só pense na vida. Sinta frio ou calor e só mude de posição. Ligue a TV as vezes. Se irrite com o controle que caiu no chão. Combine as roupas sem sair do lugar. Então após se recompor, levante-se. acenda a luz e veja o sol la fora, vista a combinação que foi cabivel. E um sorriso se abrirá.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Do pô ao amanhecer

Então hoje o sol nasceu. A pequena fresta incendiou meu quarto. Eu me levantei e abri a janela, estendi os braços. E a minha vida estava completa. Ou pelomenos deveria estar. Eu me livrei de tudo que queria. Me desvencilhei de você. Eu já nem sinto as nuvens. Na verdade as pedras sob meus pés estão a me encomodar. Estou vivendo o presente, não tenho planos pro futuro e isso não tem me atormentado. Quando eu olhei pra você naquele dia, eu percebi que tudo tinha valido a pena. E que pode se passar dois, três anos ainda que eu te reencontre, meu corpo vai começar a formigar, minha lingua vai enrrolar, eu vou começar a suar e os meus olhos vão brilhar. Eu vou perder o rumo e aquela sensação de quando você me deixou vai reaparecer e mesmo assim, nada vai ser em vão.
Mas me deixa seguir, beijar outros caras pra te esquecer. Ir pra balada e voltar com um vazio enorme de quem não dormiu com um beijo de amor. Me deixe no bar com umas amigas. Com o sexo casual. Com os meus textos sem logica nem nexo. C0ma minha alegria fracionada, já que eu enxergo, mas ainda não ouço.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

carnabeleza

Ahhh o carnaval. Extinção dos pecados. Deus ha de abençoar. Eu vou pra avenida. Nem sei que horas volto (e se volto). Não me espere, deixe a chave debaixo do tapete, durma tranquilo. Porque a noite é minha. E eu vou lavar a alma. Quero tudo que eu não tive nesse meio tempo. Quero voltar pra casa tranquila. Sem conscinecia. Deixei la. Me deixe pra lá.

Ahh o carnaval. A cerveja. O axé. Isso é Brasil, que orgulho!


Ps: mas quarta feira quero todo mundo na missa ein!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

52

Era uma vez um príncipe de piercing. Não, ele não era loiro de olhos azuis, era moreno com olhos castanhos comuns, o comum mais incomum de todos. E tinha ela, a princesa fiona de havaianas, uma diva por debaixo de seus óculos. Era uma romântica incurável e incalculável! E ele (ah, como lindo!) havia resgatado-a do seu dilúvio emocional. Ela se perdia e se encontrava todos os dias naquelas costas (Meu Deus, alguém podia explicar que paraíso era ele?!). Todos diziam que eles não combinavam em nada. O mais é tudo! E quem lá se importava com isso? Beijos intermináveis, eu quero o delírio! Quando se achavam, abraçavam... eles eram infinitamente solúveis (e o mundo parava pro amor). Talvez ele nem soubesse que ela adorava aquela nuca. Era um desenho grosseiro encantador. Feito a mão, tudo combinava perfeitamente. Um cheiro inconfundível...
E entre canções de Steve Wonder (she is lovely) e taças de vinho, ela se apaixonou por inteiro (seus sentidos mastigam meu corpo e juízo). Me entrego. Te entrego. Te dou os pontos (leva tudo). Abro mão de mim mesma. Teu nome em mim faz verbo. É só mistério...
Havia eles. O imperfeito. E todo o resto;

domingo, 27 de janeiro de 2008

Bom dia!

É melhor andar de olhos fechados agora. Não posso olhar pra lugar algum. Porquê não tem sido prazeroso te procurar em cada rosto por ai. Não que o meu pensamento ainda esteja preso. Ele anda colado com a liberdade. Ha varias fotos desses momentos. Eles parecem felizes juntos. Assim como nós eramos. Ou pareciamos ser. Estou escrevendo na capa do meu diário nesse momento. Por cima dos corações que eu fazia enquanto falava com você ao telefone. É preciso aproveitar os pequenos espaços. Preencher os vazios. Eu não me importo em escrever pensamentos. Porque as historias eu guardo por aqui. Estão todas coladas por entre as paredes do quarto. Eu não quero me esquecer. As vezes eu me sinto presa com a tristeza. E ela ainda deixa a luz acesa! Meu pensamento ultrapassa a janela, vai longe, distante. Onde eu possa até perder de vista. Não porque eu queira. Pra mim todos os momentos até agora poderiam ser momentos não solitarios. Mas até os momentos contagiantes parecem não me tocar. Mas isso passa, eu sei que passa. O amor sempre passa. Passa desapercebido, com ar de quem nunca se importou. As vezes, até desconhecido. E é melhor que seja assim. Um esquecimento duradouro. Não contado no relogio, pois o tempo foi perdido nas piscadelas. Então o meu pensamento volta. Com as asas emprestadas da liberdade sua amiga, e nós saimos pra nos distrair. Então o meu olhar fica preso ali, por alguns instantes. Eu dou a mão ao companheiro, esse que assumiu o seu lugar em pessoa. Em coração. Em mente.
Voltar a sorrir, sol nascer.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

travessão

não sou lá muito boa com números. nem com falas. logo eu que gosto tanto de conversar. mas alguma coisa tirou as palavras da minha boca. e me deixou seca. seca de qualquer tipo de sensação que o impossível possa sentir. nem sei se eu sou uma escritora. faço bem o tipo de escritora doida/culta/perdida, mas eu não uso óculos. até queria usar, mas não combina comigo. e tenho essa mania - que eu ainda não descobri se é boa ou ruim - de escrever em todo canto. me faça feliz. me dê um lápis - eu disse lápis e não lapiseira - e um papel em branco. e eu te escrevo nossa história. mesmo sem saber se ela vai ser editada. ou se vai ter imagens. se tem alguns erros de ortografia (emocional). venero o improvável. mas nem sei se ainda tem tinta na caneta. talvez, no meio do meu conto, ocorre um erro gravíssimo e eu tenha que dar uma pausa. eu to no pause. pensando se continuo ou fico por aqui mesmo. voltar? nunca! eu acho a vida às vezes meio desinteressante. não queria ser assim. não consigo gostar do morno e fingir que tá tudo bem, quando, meu deus, não tá tudo bem muito bom! tá, eu sou dramática, por isso mesmo que eu escrevo. escrevo pra ver se eu consigo me curar de palavras. e se encontro a fórmula nesses meus pensamentos meio desorganizados, e que se encaixam pouco a pouco. é só questão de tempo. tempo pra encontrar de novo a pauta.
mas é mesmo assim. quando a gente menos espera. a gente se supera. e tudo fica bem.
é só questão de tempo ou de cabeça...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ode ao poeta da letra A

Eu sou poeta. Tenho anceios e não ambições. A minha unica guerra, é a guerra pessoal. Não é preciso armas, apenas harmonia. Eu sou um poeta, sonhador. Vivo de noite pra escrever o dia. E se me dizem que tu eras pouco pra mim, melhor calar-te. É de sapo que se transforma em principe. E a princesa espera. Eu sou poeta. Tenho cede das águas do mar. Pra que chinelos? Sinta a vibração da areia sob seus pés. E quando as estrelas surgirem e começarem a brilhar. Sentarei e escreverei. Dê-me um vinho e farei daquele momento, eterno. Eu sou poeta. Tudo que sei são palavras. Não me pergunte do mundo, dos numeros. Ao menos sei minha idade. Eu sou poeta. Se estou triste, és tamanha tristeza, profunda. Se estou alegre, contesto-me por tanta alegria, pouca. Eu sou poeta. Tudo que preciso é de um amor e a liberdade. Preciso dos amigos e a noite toda. De um papel e uma caneta. Eu sou poeta, por isso morro de amor ou sem saber amar.

da letra A = expressão de Nando Reis que exemplifica coisas simples que passam despercebidas.

sábado, 19 de janeiro de 2008

sob a luz da varanda

Quando você chegar, a porta vai estar semi- aberta e a luz da varanda acesa a sua espera. Talvez eu tenho caido no sono. Ja era um pouco tarde e eu não dormia a algum tempo. Então eu despertarei. E o meu coração vai começar a bater. Ele esteve tão parado enquanto eu olhava o relogio que batia por mim. Eu ficarei um pouco aflita. Talvez nervosa. E um pouco de lagrimas você possa ver. Por favor, não me deixe sair correndo. Segure pelo meu braço. Eu não vou insitir. Na verdade eu estive esperando por esse momento desde que decidi caminhar adiante. Mas esteve nevando lá fora. Você trouxe uma tempestade e isso me atrapalhou um pouco. Mas o sol ficou de nascer e eu espero por ele. Então só me diga se você está satisfeito. E eu te servirei um lanche como sempre fiz quando esteve em minha casa. E se você quiser, vá embora. Essa imagem não saiu da minha cabeça mesmo, virou costume. Deixe as botas e leve essa má nuvem para o outro lado. Eu preciso caminhar para chegar lá. Fica a seis horas daqui. Mas eu não tenho pressa. Eu tenho um ano inteiro pela frente. Que as minhas lagrimas congelem!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

- Da licensa, da licensa. Então ta todo mundo pronto? Já posso apagar a luz?
- Calma, deixa eu me jeitar. Ok, tô pronto.
- Beleza, dêem as mãos.
Click.
- Fechem os olhos
- AAAAAAAAAAAAAAAHH!
Acabamos de embarcar numa vida sem volta, num ano sem paz. É agora que temos que mostrar o que fizemos esses tempo todo. É agora a hora de mostrar a todos do que somos capazes. De descobrir com quem podemos contar. Corte o desnecessario. Focalize seu futuro. Não olhe para os lados. Nada de se remoer, de ter saudade. Se é isso que você quer é isso que você vai ter. E boa sorte a todos. Afinal, estamos de mãos dadas no escuro, vai saber com quem contar e o que contar.
Feliz 3° ano! (psicologia que me espere!)

{respirando novos ares!}

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

sub-partes

menina insosa. absolutamente nada. era igual a todas que eram iguais a tudo. ela se cansava fácil. de tudo. de pessoas, de objetos sem graça, de vida sem cor e principalmente de felicidade meia-boca. sentimento fugaz. verbos semi-conjugados.
sentada em beira-mar ela se abstraia com aquelas ondas não turbulentas. pensamentos sem nexo algum. havia inventado uma vida que não há em lugar nenhum. pra ver se alguma coisa é de mintira. ela cansou da realidade ferroz. a gente precisa de sonhos, ilusões pra fingir que vive num faz-de-conta utópico. ah, mas que nada! histórias feitas ou frases de último efeito. era tudo que ela não precisava.
talvez tenha sido o teor de álcool que a tenha deixado naquele êxtase. tanto faz. ali, ela estava feliz. mesmo com todos os melhores problemas do mundo esperando por ela voltar. ela não voltaria. pelo menos não a mesma. mesmo que sendo uma felicidade passageira. ela queria ficar (fica comigo...). a areia nos pés, o cansaço que a esgotava. ela não tinha fim. imensidão a qual não se sabe onde começa, e nem se tem fim ao certo. e o coração estava aberto. aberto e sentia toda aquela brisa viril. inspirava um ar tão diferente que ela ficara até zonza de bobeira.
ela só precisava da compania da sua alma pra se sentir completa. mesmo com o corpo completamente vazio.
e ele ainda a esperava em algum lugar da saudade de nós dois.

sábado, 12 de janeiro de 2008

da humildade do ego

Eu sou poeta. Tenho anceios. E não ambições. O poeta não deseja mais que um amor e um lugar para escrever. O poeta dado como louco vê a vida com palavras. Da sacada de casa, sentado a poltrona vendo o amor passar junto ao vento. Um poeta é composto de sonhos. A única coisa que ele carrega consigo é o medo de não passar isso aos outros. Ele não sabe amar. Ama demasiadamente tudo.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Os 4 elementos de tudo

E então eu estive no Paraíso na última semana. Mas, do que vale o paraíso sem o amor? O amor que eu não mais tenho. O amor que me soltou a mão em plena a corda bamba. Então eu me desequilibrei e cai. Quem dera ter caido em meio ao mar! Cai na areia e ali permaneci.
Estive sentada na areia nos ultimos tempos. As lagrimas ali, se misturavam com o sal do mar. E levavam toda minha tristeza pra longe. Eu não pude ali pisar.
Enquanto os meus cabelos seguem o vento, não sei se trazem ou levam pensamentos. Me parece aliviar. Mas de onde vem tanta angustia?
Se eu pudesse voltar no tempo, eu só aceitaria a proposta de passar o resto da noite ao seu lado. A noite que seria a ultima e eu mal sabia. As ultima juras que eu mal percebera, falsas. E o abraço sincero, misto de fim com despedida, amor consentido.
Levo todas as lembranças, coisas não materiais pra um lugar distante, onde eu não possa lembrar você.
Mas até aqui, em outra Ilha o pouco do tudo me faz lembrar muito. Em conversas, a mente distante, lá, tentando entender o porque do egoismo de não dividir sonhos e planos. Então eu me perco e só consigo me encontrar quando estamos no fim, e eu já não quero lembrar.
Em falas desconhecidas de terceiros, pareço ouvir seu nome. E no livro que leio, lá está ele novamente. Que diabo de perseguição! Já não me basta tamanha grossura em chegar a casa da dama e atraca-la com o fim?
Céus! Eu nada movi de mim. Eu nada consigo tirar. A menos seu retrato eu consigo alcançar? Que nada! Ainda tenho esperança de voltar. Na areia eu me perco sentada. No mar as minhas lagrimas levam tristeza. E o vento me tras angustia.Se aqui eu permanecesse por anos. Aqui o meu sentimento ficara. Sentado ao meu lado. Observando o por-do-sol. o Nascer do sol, os amores que por ali passam de mãos dada molhando os pes, com toda minha tristeza, sem fim, com o oceano, imensidão.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

sonhos da menina, vista aos olhos surreais do menino

A menina prefere a doce ilusão que a mais dura realidade bem vinda. Quando você se foi, pude perceber com convicção que ao longo do tempo havia apenas o passar do tempo. O levar da vida. O deixar-se ser possuido. Até o quanto pode. A menos que você não demonstrasse que fazia planos. Assim como fez por toda sua vida. Engolia os pensamentos com uma unica mastigada. Um pouco de egoísmo em cada pedaço.
Confesso que por diversas vezes eu estive me enganando. Digerido lentamente as suas idéias mal mastigadas. E isso não me trouxe la conhecimento, ou se quer crescimento minimo. Na verdade me corroi. Essa sua realidade escrachada que você insiste em viver. Se você vive de amor, ou se vive por amor. Os planos se movem, as pessoas mudam. Amor é cortina nova em velha sala. Vem como novo ambiente. Novos ares. E você não sente isso.
Eu vejo que você chegou com um pequeno enfeite que deixou na mesa de canto onde a luz não se alcança.
Parece que sei tudo. As vezes parece que você se cansa de perceber que eu adivinho tudo que na verdade você sente. Não o que você pensa. Pois seu pensamento está sempre comigo. Somos grandes companheiros.
No mais, eu percebo que existe um amor não manifestado. Talvez preso. Aturdido. Calado.
Ainda que você pense em seus planos, ainda que você os siga sem sequer pensar em coração, ainda que você me deixe no banco do jardim onde me encontrou, ainda assim aqui existe amor. Manifestado. Demonstrado. Cultivado.
E existe esperança de que um dia além de ver as suas próprias mãos você veja também a minha, querendo se entrelaçar a sua.
Eu sei que não é o certo. Mas prefiro viver o sonho futuro que a realidade escrachada. Eu sou a menina!