quarta-feira, 14 de maio de 2008

trem-bala

" A vida não pode ser apenas um hábito"
li isto num livro e fiquei pensando na profundidade da frase. filosofei, tentei discutir com aqueles que vivem a minha volta, ninguém me entendeu, obviamente, e eu dei risada, pra variar. me acostumei com ninguém entendendo realmente onde eu quero chegar. porque, diga-se de passagem, nem eu sei ao certo onde eu quero chegar. mas tudo bem, a vida é assim mesmo, somos no fundo uma espécie igual habitando o mesmo meio porém completamente diferentes e semelhantes. todos com os mesmos sonhos hollywoodianos, frustrações a parte, psicólogos aos que esperam tanto que esperam menos e não esperam nada. já que escrevendo ninguém me condena, faço-me feliz. me alivio do peso das palavras nas costas. faço rpg, acupuntura, terapia pra retirar a carga da responsabilidade de ser feliz. todos nós, protagonistas cosmopolitas dividimos um fardo. é farto para alguns que são deveras inconformados com o comodismo de viver. sempre tentei achar alguma explicação lógica pra se viver. não encontrei, mas no fundo, não significa muita coisa não viu. é tipo aquele cisto no canto do olho, que você se acostuma, mas às vezes, numa tarde de terça, ele te incomoda. só pra você se lembrar que ele ainda tá ali, óh! e você se pega chorando sem querer chorar, mas porra, porque que a gente é assim? como alguém pode se contentar em viver nesse mundinho de merda de faz-de-contas? respiro fundo! não conto até 10 porque essa contagem é mentira que acalma, e mentira me deixa irritada. pronto. meu coração desacelera a medida que minha boca vai ficando seca. essa minha ansiedade de viver tanto ainda me mata. pronto, passa essa minha crise existencial de não se encaixar em nada. então, eu leio. leio tudo, vivo de comer palavra-a-palavra de cada livro. procuro em cada canto de página respingada de sangue morno uma lasca de auto-conhecimento. e é incrível quando cada crônica se torna vício você encontra um pedacinho de você em cada uma dela. e quanto mais encontra, mais procura, porque a vida é essa busca incessante de entender pra que se vive. fecho os olhos, dói um pouco essa ferida exposta no meu peito. consinto a dor, o vento frio resseca as dúvidas da minha cara. e a rota do destino gira, e acho tão bonito e triste a impossibilidade de fuga...

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa maldita ansiedade de querer viver tudo tb anda me tirando o sono...

ah...tb ando engolindo paginas pingadas de sangue!


Bjao!

Ceisa Martins disse...

é... a gente precisa aprender que isso aqui é a maior dádiva já alcançada!

:)

A vida tem que ser vivida!

Beijos!

Paula Carolinny disse...

ahhhhhhh to pra ficar louca com esse negocio de viver e viver e viver, e da passo errado.

enfim, nao sei o que fazer..