sábado, 17 de novembro de 2007

a vida é um doce

Não vejo porque começar com “era uma vez” já que a história que será descrita, não é nenhum conto de fadas. É apenas um conto de um pequeno menino.

Terra do Nada. Esse era o nome do lugar onde só havia três habitantes: Joãozinho e seus pais.
Todo dia Joãozinho perguntava: “pra que se vive afinal?”. Sua mãe achava que o menininho devia de ter algum problema, onde é que já se viu fazer uma pergunta dessas? “vive porque se vive, menino!”. A resposta não o convencia.
Joãozinho passou anos de sua vida sem nenhum amigo. Nenhuma criatura havia visitado aquele lugar. Não estava em nenhum mapa, ou sequer alguém devia saber da existência daquele lugar. Era até um lugarzinho bem simpático, havia uma casinha aos fundos, de janelas azuis com violetas na janela, porta de tranca rústica, uma fumaça devido ao fogão à lenha, um cercado com 2 patos, 3 galinhas e um burro. (a existência do burro era vaga, já que não tinha pra onde se locomover). Havia uma macieira e uma jabuticabeira aos fundos da casa. E ainda tinha um lago depois da floresta, mas Joãozinho nunca foi lá, ele tinha medo de água. Aquele lugar me tinha cheiro de infância.
Joãozinho ficava encantado com as melancias, eram interessantes por natureza. Ele ainda não compreendia como uma coisa tão grande como aquela podia nascer da terra. Ele não gostava da fruta, apenas a achava bonita. Vermelha, sua cor favorita. Ele comia só as sementes, e seu pai lhe dizia que um dia ia nascer uma daquelas imensas na barriga do menino. Imagine só.
Joãozinho ficava horas pensando em todas as cores que existiam. Ele adorava quando chovia, que era só duas vezes por ano, e ele podia ver o arco-íris. Ele acreditava que eram os duendes que faziam aquele prisma de cores. Ele conversava com esquilos, bichinhos um tanto quanto egocêntricos, nunca queriam saber de muita conversa, mas eles comiam nozes e isso pro menino bastava. Ele ainda acreditava que alguém subia todo dia no céu e pintava pontinhos que eram conhecidos pelos adultos como estrelas. A lua era um biscoito que as criancinhas comiam todo mês.
Joãozinho teve um pirulito uma única vez na sua vida. Inesquecível. Seu pai lhe trouxe aquela coisa redonda, colorida e que tinha gosto de açúcar. Ele era fascinado por doces. Gosto tanto que seu pirulito durou um ano inteiro. O menino questionava tudo, achava engraçada a maneira que sua mãe ficava encabulada por fazer perguntas mais indiscretas. “Não me amole com uma pergunta dessas menino. Vá brincar!”. Achava divertido as formigas sempre andarem em bando. Seu mundo era pequeno e cabia inteiro nas suas mãozinhas.
Até que o pequeno menino cresceu e deixou de acreditar em seres imaginários. Havia se esquecido da melhor parte de sua vida: a infância.

Qual foi a última fez que você deixou sua criança sonhar?

2 comentários:

Paula Carolinny disse...

criança em mim?? faz tempo oh.
mas de vez em qd ela aparece e eh uma coisa.


bju

Mari disse...

Oi,linda
É por isso que eu alimento a criança que eu ainda sou...
bjs