Hoje ela falou com ele. Nada. Ela não sentiu nada. Ah, se fosse alguns meses atrás. Coração na boca, emoção exposta nas palavras, peito aberto e a angústia misturada a insegurança na mão. Mas hoje não. Hoje ela foi indiferente. Como ele sempre fora. E conversaram. Como bons amigos. E quem diria, ele virou amigo de longas conversas de telefone lhe pedindo conselhos (in) sensatos. Quanta ironia! É que o meu coração é racional. Às vezes me encanto – e por encanto – me encontro justamente na razão. Mas isso só quando meu coração tá completo. Completo do vazio que você não preencheu. Eu consegui. Me livrei desse sentimento que eu criei. E sabe de uma coisa? Foi um alívio. Fico grata ao meu destino ter te tirado de mim. Sabe você me ocupava muito espaço. Roubava muita vida que eu deixava de viver (me roubava a cena). E hoje, aah, hoje eu to livre. To aberta a qualquer outra sugestão. Me dá o menu. Quero escolher um não-você, por favor! Só assim minha vida vai seguir. Meu conto-de-fadas vai ter um príncipe. Nem me importo se ele for sapo. Não me dou nem ao luxo de saber tua opinião. Descobri que tentar de odiar me deixava (mais) ligada a você. Odiar é uma forma de amar e isso era o que eu menos precisava. Eis que então descobri a fórmula do oposto do amor: a indiferença. E sabe, você me pesava muito. Ahh, me pesava demais...
Desculpe a falta de jeito, é que às vezes (quase sempre) eu perco o jeito com as coisas. Hoje meu mundo é muito maior e não cabe mais em mim.
Desculpe a falta de jeito, é que às vezes (quase sempre) eu perco o jeito com as coisas. Hoje meu mundo é muito maior e não cabe mais em mim.
- é a pipoca da pororoca da imaginação;