segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

até que os olhos mudem de cor;

Saiu apressada como quem de fato, vai perder o ônibus. Tropessa entre seus próprios pés. O cabelo pra frente, os livros desengonçados na mão. Ela soluçava. Ha três semanas o ritual se repetia. Por dentro ela se corroía. Milhões de perguntas sem respostas. Então ela pressionava os livros no peito e sussurrava a si mesma: vai passar, eu sei que vai. Demore o tempo que demorar eu sei que vai passar. Que as minhas lágrimas derramem até que os olhos mudem de cor, eu vou esperar. Então eu vou ser inteira.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

varal


' fui eu que mandei o beijo que é pra mata meu desejo, faz tempo que não lhe vejo, ai que saudade do'cê ...'. ela escutava essa música, esse mesmo refrão e lembrara de ti. a mesma melodia passando e re-passando em sua cabeça e sem querer a menina cantava ela. pensava onde que ele devia de estar, se não esquecera dela, ou se ele ainda tinhas aquelas enxaquecas terríveis. se ele ainda chorava em qualquer filme, ou numa música triste que tivesse passando no rádio. e aquela mania de ficar coçando o queixo, ou de se roçar nas pernas dela durante a noite. saudade é assim mesmo. a gente nunca sabe o que a outra pessoa tá fazendo, ou se ainda faz isso e deixa de fazer aquilo.
enquanto ela fazia um jantar qualquer, preparando tudo minuciosamente, mesmo não havendo ninguém para lhe fazer companhia. ela adorava cozinhar. pra si mesma, talvez. procurava ele em todo rosto na rua, em cada esquina vazia, e não encontrava. mas ela tinha paciência, essa aflição tá pra acabar, assim que a luz dos olhos se encontrarem e não se largarem mais...
e o coraçãozinho dela, tadinho, tava todo comprimido no seu peito e bem no fundo, ele chorava; enquanto ela sorria lembrando dele...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

driving home tonight

Digamos que estavamos na estrada. Planejamos isso por anos. Estavamos realizados. De repente você diz, para aqui que eu vou descer! Descer? Ta maluco? Estavamos aqui tão bem ouvindo e cantando um Nandinho. Não faz parte dos planos parar agora. Você me prometeu ir até o final. Está (co)rompendo tudo? Estar sem você é o mesmo que esse carro sem motor. Eu vou ficar aqui intacta no meio da estrada. Desprotegida. Sem direção nem rumo. Mas não se deve parar, mesmo que você não tenha pra onde ir. Estar perdido agora é sempre melhor que se encontrar. Então existe uma placa que indica a direção. Ontem está distante, ficou lá tras na estrada. Bem, você vai ligar o rádio. Passar um tempo cantando. Vai chover e os seus braços vão estar queimados com o sol excessivo. E quando você chegar, vai ser tudo tão grande. Do tamanho da sua gratidão.

E eu me despeço, mesmo que por enquanto. Eu preciso de um tempo sem escrever memórias, sentimentos. Sem fazer de tudo isso um diário metódico. Um tempo pro vestibular.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

bizarre love

-Tem fogo?
-Não, eu não fumo.
-Ah eu também não! Acho que vai chover hoje né?
-É, ta meio escuro. Escuta, eu acho que conheço você de algúm lugar não?
-Eu? Não, você deve estar enganado. Você cresceu ein!
-Ah você viu? Anos de academia! Então você me conhece da onde?
-Não, não, eu nunca te vi. Nossa você cortou o cabelo né? Eu adorava os seus cachos, mas assim também tá bem bonito.
-Ah é que eu passei na faculdade, deveria ter faltado do trote né? Mas como você sabe do meu cabelo? Por que você não olha aqui pra mim?
(porque eu estou na beira do abismo; e a distancia dos meus cachos até a terra batida lá de baixo é a mesma da sua respiração agora; porque eu estou tentando me convencer de que não doi; não doi pular; é preciso ter coragem; e eu sou forte; mas eu vou cair, cair no abismo dos seus olhos; e você vai embora, então eu vou ficar lá te ver partir até sumir entre meus olhos, vai doer, eu sei que vai.)
-É que eu sou timida (como seus olhos são castanhos)
-Nossa, você continua linda!
-Então como vai a sua mãe? As vezes eu sinto falta das historias que você contava dela (e como eles brilham..)

"eu tô na lanterna dos afogados, tô te esperando, vê se não vai demorar.."

sábado, 9 de fevereiro de 2008

enquanto ele não chegar


deixe a porta semi-aberta. a luz acesa e os chinelos ao pé da cama. faça uma cópia das chaves extra e uma dieta louca. vá ao cabeleireiro. à ginecologista. à padaria. arrume seu armário. uma boa lingerie. e seu coração em pedaços. permita-se ler um texto longo num dia curto e apaixonar-se de novo (por você). aproveite o domingo pra ler ou pra fazer coisas de mulherzinha. caia na balada com suas amigas ou na cama com seu melhor trapo e vários travesseiros. desfrute de boas companhias ou simplesmente dos prazeres da vida.


pode ir que eu agüento, eu suporto a colisão, na verdade, na contra-mão... '

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

no canto esquerdo


Seus olhos podem estar marejados. E as suas pernas moles. O seu coração já está perdido. Mas você sabe o caminho pra casa. Ha sempre um atalho. E a sua cama é aconchegante. Tranque a porta e apague a luz. Agarre o seu travesseiro. E só saia dali quando se permitir. Quando você estufar os pulmões e não mais suspiros sairão. Fique de molho. E só pense na vida. Sinta frio ou calor e só mude de posição. Ligue a TV as vezes. Se irrite com o controle que caiu no chão. Combine as roupas sem sair do lugar. Então após se recompor, levante-se. acenda a luz e veja o sol la fora, vista a combinação que foi cabivel. E um sorriso se abrirá.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Do pô ao amanhecer

Então hoje o sol nasceu. A pequena fresta incendiou meu quarto. Eu me levantei e abri a janela, estendi os braços. E a minha vida estava completa. Ou pelomenos deveria estar. Eu me livrei de tudo que queria. Me desvencilhei de você. Eu já nem sinto as nuvens. Na verdade as pedras sob meus pés estão a me encomodar. Estou vivendo o presente, não tenho planos pro futuro e isso não tem me atormentado. Quando eu olhei pra você naquele dia, eu percebi que tudo tinha valido a pena. E que pode se passar dois, três anos ainda que eu te reencontre, meu corpo vai começar a formigar, minha lingua vai enrrolar, eu vou começar a suar e os meus olhos vão brilhar. Eu vou perder o rumo e aquela sensação de quando você me deixou vai reaparecer e mesmo assim, nada vai ser em vão.
Mas me deixa seguir, beijar outros caras pra te esquecer. Ir pra balada e voltar com um vazio enorme de quem não dormiu com um beijo de amor. Me deixe no bar com umas amigas. Com o sexo casual. Com os meus textos sem logica nem nexo. C0ma minha alegria fracionada, já que eu enxergo, mas ainda não ouço.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

carnabeleza

Ahhh o carnaval. Extinção dos pecados. Deus ha de abençoar. Eu vou pra avenida. Nem sei que horas volto (e se volto). Não me espere, deixe a chave debaixo do tapete, durma tranquilo. Porque a noite é minha. E eu vou lavar a alma. Quero tudo que eu não tive nesse meio tempo. Quero voltar pra casa tranquila. Sem conscinecia. Deixei la. Me deixe pra lá.

Ahh o carnaval. A cerveja. O axé. Isso é Brasil, que orgulho!


Ps: mas quarta feira quero todo mundo na missa ein!