domingo, 20 de abril de 2008

a sombra do vento

e hoje é mais um daqueles domingos sem graça que eu penso no quanto eu não tenho mais nada pra pensar. dai eu começo a inventar várias histórias mais interessantes que meus pensamentos nesse dia chato. e como pensar demais me cansa de nunca chegar a nenhuma conclusão, ocupo a cabeça lendo. passo quase que a tarde inteira com meu livro, de pijama e descabelada, com uma preguiça imensa de tomar banho. mas como eu sou neurótica com cheiro, não consigo me concentrar em mais nada a não ser nesse cheiro de cigarro impregnado no meu cabelo. tomo um banho demorado esperando que meu tédio escorra pelo ralo e que como por encanto a alegria renasça em mim. e lembro da festa de ontem. e fico com raiva de mim mesma, porque eu insisto em não aceitar na minha intuição e vou para festas como aquela. cheia de gente vazia que vive maquiando uma felicidade que eles não tem com um beque bem dos vagabundos cantando reggae e achando que aquilo sim é viver. e eu fico entediada de tanta falta de caráter e me sinto culpada por exigir tanto da vida. e penso que essa hipocrisia de falsidade que a maioria das pessoas vivem é que deve ser a felicidade mesmo. e as minhas revoluções de pensamentos e tentativas de viver descentemente é que devem estar equívocas. depois me sinto patética me culpando de ser apenas uma realista careta que não fuma maconha. e cada vez mais eu me sinto sozinha mesmo com milhares de pessoas que se dizem meus amigos. e acabo aqui, só, escrevendo qualquer texto furado no meu quarto. e não vá pensar que eu sofro por ser uma estranha, neurótica e louca que pensa em coisas esquisitas. eu já me acostumei com a minha solidão a ponto de achar isso tão normal e não conseguir mais sofrer. eu deixei de me importar com que os outros possam se importar sobre mim. nunca fui uma padrão-comum idênticos a todas essas menininhas que querem se passar por 'virgens-sexy-inocentes'. eu não sou nenhuma santa, mas tenho meus princípios e sei do meu verdadeiro valor. sempre fui informada que se paga um valor por ser quem você é. então, por isso não me deixo abater, e dou graças a Deus pelo meu ser alto (mais do que eu gostaria), o que mostra que eu não sou nenhuma nota de 2 reais comum...

7 comentários:

Rafa (: disse...

você não é a única que pensa desse jeito, pelo menos eu tbm acho que não se encontra uma 'eu' em qualquer esquininha, e que tbm a felicidade não tá num copo de caipirinha! como diria certos (nossos) amigos!
vc não tá sozinha,e eu espero que eu tbm não esteja!
beijinhos

Anônimo disse...

Put's...fechei com vc"
Tb nunca fui nenhuma santa...
e essa tal felicidade deve estar escondida em algum lugar....
bjos!

Anônimo disse...

"e não vá pensar que eu sofro por ser uma estranha, neurótica e louca que pensa em coisas esquisitas."
Então somos duas, Molin'!
Beijinhos e bom resto de feriado.
=)

Paula Carolinny disse...

esta praticamente escrevendo pra mim, ta lindo.

nao sou perfeita e nem gosto de ser. rs

beijos

Lucas Diemer disse...

Excelente texto...é tão palpável a sua evolução na escrita. Coisas do cotidiano, comuns são subjetivadas...isso é fantástico. Nunca vi ninguém escrever assim.

yasmin disse...

'cada um sabe a dor e a delícia de ser aquilo que é!'

Mari disse...

Oi,linda
Saudades de vc!!
Pois é...creio que cada vez mais muitas pessoas estão querendo fingir uma "tal felicidade" que na verdade não existe...e quando alguém como vc se coloca tão verdadeiramente até assusta...penso como vc..,posso nem parecer ,mas sou careta e gosto de ser..

Beijos