domingo, 30 de março de 2008

belle

como sempre, cá estamos eu e minha adorável sutileza. essa mania de fazer tudo versos. a vida já é tão literária que a própria personagem desconhece o fim, mesmo sendo a autora. os protagonistas da vez não obedecem as regras de banalidade de um romance água-com-açúcar previsível e enjoativamente clichê. então, pelo que nos parece, a crônica da realidade é menos sentida do que todos seus leitores gostariam que fosse. a menos que a essência da trama seja deliciosamente debochada e maquiada por um vermelho sedução dos inocentes.

em potes de tinta guache verde, entrei num mergulho sem volta. pelo menos até o anti-herói salvar a bela mocinha de seus sonhos que ela insiste em dizer que são a mais pura e bela mentira da edição de sua vida.

'quero ficar no teu corpo feito tatuagem...'

sexta-feira, 21 de março de 2008

mais uma de texto

hoje eu tentei me importar porque você prometeu que ia vir na minha casa nem que só fosse pra gente não fazer nada, como de costume. e só pra não variar, quem ligou fui eu, e você me atendeu com a maior vozinha de "oiiii minha querida..." e disse tropeçando nas palavras - porque eu sei que você fica nervoso só de ouvir essa minha voz grave e meio rouca - que não iria vir em casa. confesso que não era nenhuma surpresa. você tem medo de mim e mais medo ainda de vir em casa e me olhar frente a frente sem poder desviar o olhar pra qualquer outra pessoa a nossa volta. e ainda te digo: eu tentei ficar triste. juro, que tentei! ouvi várias músicas que sempre me fazem chorar e não senti nenhum nó no peito. nenhuma porra de angústia na boca. nem o úmido dos olhos quiseram se mostrar. e quando acontece isso, eu fico com medo. das duas, uma: ou você não significa mais nada, ou meu inconsciente quer guardar toda a tristeza pra minha próxima tmp. pra dai eu explodir e chorar horrores. e borrar todo meu rímel importado pra ficar bem evidente que eu fiquei de bode. acho que no fundo, existe algo ou alguém em mim que quer me mostrar que isso não é sentimento. talvez seja conveniência. gostar de você virou algo tão blasé que sei lá, eu nem tenha me dado conta. dai você me ligou de novo, e eu não atendi. não porque eu tava brava, não! é que eu tava lendo e o celular tava do outro lado do quarto. nem me dei ao luxo de me desconcentrar dos meus momentos de leitura que me fazem muito melhor do que qualquer desculpa sem graça tua.

eu não te culpo pela pressa de ir. da pressa que você tem pra se livrar do sentimento que te prende a mim. são nas pressas do avesso que a gente se esbarra. mas talvez, o tempo não grude. e o amor fique disperso no ar...

segunda-feira, 10 de março de 2008

lápis-de-cor

e a menina estranha. aquela que tinha um jeito engraçado de andar, falava meio tropeçando nas palavras, e tinha um olhar que guardava todo sentimento que alguém é capaz de sentir. mas se tinha algo que sempre te fazia rir eram os erros delas. todos (im)perfeitos. ela era diferente demais pra ser aceita por ti. ela te fazia pensar sem nexo, dizia coisas que te deixavam tonto e tinha idéias que nunca imaginou. e ela chorava toda vez que assista aquele filme romântico. chorava quando seu sorriso deixava-se aparecer. tinha olhos marcantes e aquele castanho escondia algo. mas você não gostava dela. definitivamente, não era possível. vocês não combinavam. ninguém acreditava em vocês. nem você mesmo. ela era imprevisível demais, desastrada demais, complexa demais. tudo nela era demasiado. tinha uma beleza comum e um coração desajeitado. mas tinha palavras surpreendentes. frases que pareciam ser ensaiadas pra serem ditas naquele exato momento. ela tinha um manual de você, que você mesmo desconhecia. ela era como essas esquinas que deixam sempre um ponto. um filme preto e branco mudo que tinha toda a graça de prender sua atenção. era um enigma que você não queria decifrar. prolixa e ao mesmo tempo uma curta-metragem que acaba quando se quer mais. como alguém poderia te deixar assim tão sem palavras? ela roubava suas falas. e numa dessas, roubou seu coração...


ela te mostrava o mundo de mãos dadas com o pôr-do-sol



na tradução do verde e o castanho da gente, eu li que há amor...

e eu ainda te amo;

(sem ponto final, mas no fôlego do ponto-e-vírgula)

quinta-feira, 6 de março de 2008


Acredite.

sábado, 1 de março de 2008

sec.

às vezes me pego prestando atenção nos simples movimentos que separam um momento de outro. sabe, as frações de segundos que intercedem um pequeno ato, decisão, seja lá o que for, e as consequências do mesmo. e é engraçado que tudo pode mudar a qualquer instante. aquele momento, aquele segundo que vem antes do beijo, que se torna eterno. a palavra antes de ser dita que pode mudar toda uma história. aquele instante antes que quebre o silêncio, o sigilo... esses segundos que fazem toda a diferença. e a sensação que te é lançada nesse vácuo de atitude. essa dimensão de pensamentos, tudo muito rápido, sem que você consiga assimilar o que é ato de ação. é um sentimento estranho, que por definição eu não consigo explicar. é uma coisa de vitória e fracasso, de medo e coragem, de receio e vontade. mas que quando você se deu por si, pronto, passou!

rápido demais pra tanta preocupação...


um alohaa a todos ;)

e claro, MUITA poesia;