quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dê vazão!


Eu caminhei kilometros pensando nas pessoas que estariam me falando: é o que tem pra hoje! O que existe agora, tome, se contente com isso, é tudo que está presente aqui, logo, o melhor. Mas ao contrario disso eu só ouço esse silêncio me dizendo: é exatamente o que não tem pra hoje! O que não está posto ao alcance, hahaha olha, foi o que você não conseguiu. É pelo que você vai ter que lutar, é o que me foi prometido. Basta! Eu gritei bem alto em meio a encruzilhada. Aposto que eu e você nesse momento escolheriamos dar três passos sem rumo na lua, eu não quero isso, não mais! Eu quero as coisas certas, saber qual é a proxima rua onde virar, saber cortar caminho. Sei que é muito mais dificil viver a realidade, é mais trabalhoso, é um caminho mais escuro e tortuoso esse de seguir a risca o realismo, e eu quero mais aventura sim! Quero dar a cara a tapa, mostrar aos outros que é isso, sem mais. Quero estar tranquila, sem magia, sem o sol iluminando, um sistema qualquer atuando em hora alguma num palco inexistente. E então você vem comigo?

domingo, 22 de junho de 2008

cinqüenta e dois

como o 100º post deste blog, e pelo dia que é hoje, lá se vai mais um dos meus textos inspirados no mesmo motivo.
eu poderia falar de outra coisa menos estranha que não você. mas hoje é seu aniversário e meu centésimo post aqui. é claro, que o assunto é você. após tanto tempo eu não sei mais que sentimento é este. eu me acostumei a gostar de você, mas eu confesso que tenho lá minha dúvidas quanto a isso. já passou mas eu não sei se eu quero que passe, sabe? eu não sei a hora de parar e não tô nem um pouco afim de aprender. você me arranco do meu mundo e eu vivi dois anos numa vida inventada, emprestada. eu desaprendi a viver só pra mim. e esquecer você me faz esquecer da minha outra metade sensata. eu não posso viver só na loucura, entende. eu queria aprender a ser mulher pra você, mas eu preciso ser mulher pra mim. e eu tenho ciúmes da outra metade de mim ter sido tua. eu me quero de volta. mas agora eu me tenho e não sei se é isso mesmo que eu quero. é uma puta confusão e eu não sei onde eu me encaixo. eu queria te odiar tanto que meu lado humano não me permite. então eu desejo realmente que você seja feliz. que você encontre alguém menos complexa e mais solúvel. a gente era óleo e água, completamente opostos. não tem lei na química que explique essa nossa química.
to com uma saudadezinha. adianto cada situação grotesca na minha mente, sempre estou preparada emocionalmente pra qualquer coisa. agarro o chinelo e meto a cara no medo. que nada, sou uma retardada mesmo que não tem no que pensar. é, sem eufemismos banais. saudade de gostar de um babaca. daquele babaca. eu explico: quando você gosta de um babaca, você se sente viva. tudo fica mais intenso. você quer matar, mas a la osama bin. amar, só se for pra quase enfartar. chorar até ficar com cara de sapo. era só você sabe. eu era intensamente feita do dia pra você. agora sou eu. eu, eu mesma e sem você. você me cansava demais, me pesava demais, mas nunca me doeu demais. mentira, uma vez só. quando eu descobri que não tinha jeito. mas nem pra discordar de mim você prestava. meu peito desatou todos os nós. tô tentando ver se alguma coisa desperta uma lágrima que valha a pena. que nem aquelas telefonistas cheias de gerúndios pra estender o mínimo de ânimo. é que eu tenho odiado o gerúndio. sei lá. puta doidera isso. loucura vai bem com a essa minha cara de pseudo-intelectual-metida-de-franja. mas eu to tão bem, tão leve que eu sento e espero toda essa vontade passar.
não, eu não quero que todo aquele inferno volte. eu era apaixonada por você. hoje eu apenas te amo e nem sei se isso é amor. amor é menos porra louca e não é tão egoísta quanto eu. é que é impossível não olhar pra trás depois de tanto tempo. mas de uma coisa eu tenho que agradecer: se não fôssemos tão opostos e tortos essas linhas atravessadas não iriam se cruzar. não mesmo!
um beijo a todos, com muita poesia aos próximos cem!
muito obrigada a todos que lêem e comentam aqui.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

colarinho

às vezes me canso do vazio de mim, me encosto num boteco e meu copo de vida se enche. me encho de tanta resposta atravessada e arisco um palpite no coringa. às vezes a sorte me torna intrínseca de uma vida inventada. eu me re-invento, me atiro a tocar no cinza mas prevalece o vermelho-sangue, grata. o cheiro de mofo me dá alergia, dou um espirro que elimina toda a melancolia. Já consigo inspirar as impurezas do mundo e quase abro um sorriso por exaustão. Ah, mas que seja engano, a mariposa pousa no meu ombro e me faz correr pra vida. o sol sorri intensamente pra mim, mas passo fator 50, a gente desacostuma com a luz depois de tanto tempo na escuridão. abafo sujeitos ocultos e gerúndios redundantes, mas hoje, aah gramática que me permita, hoje quero o presente imperfeito e sem medo. – traz 2 desse aí garçom, vá que eu me convença de tanto amor! - medo é desgraça do mundo. tristeza é a realidade sem auto-estima, precisa pisar em alguém pra estufa o peito de lacunas vazias. palavras ásperas não machucam mais. consinto o gosto na boca. Respiro todo ar que resta de vida e transpiro até a ultima gota o amargo dos fatos.
- ei, garçom! me traz mais uma gelada, acende esse cigarro, que hoje eu quero falar um pouco de prosa...

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eu acordo no meio na noite sozinha e penso: sempre há tempo pra mudar.
fecho os olhos sem medo e a vida pega carona...

"deixa ser como será, eu vou sem me preocupar, então tentar prever serviu pr'eu me enganar..." - Los Hermanos